A Demonização da Mulher: Uma análise sobre a obra “O Martelo das Bruxas”

 

Por Odair José da Silva

    Neste texto procuro analisar uma questão que chamou muito a minha atenção. A mulher enquanto bruxa. Sempre fui fascinado pelo tema e me perguntava porque, ao longo do tempo, as mulheres sempre foram vítimas de preconceito e acusadas de desvios que acabavam as levando para a fogueira. Na Idade Média a fogueira era literal mesmo e milhares de mulheres foram queimadas ao longo dos séculos que é possível ver ainda as fumaças que se levantaram naquela época, mas nos dias atuais ainda vemos as mulheres sendo lançadas nas fogueiras do preconceito e violência. Neste sentido, este texto tenta expor algumas concepções de como tudo isso foi construído e por que, ainda em muitos casos, persiste em continuar.

    A demonização da mulher é uma construção ideológica de pessoas que sempre colocaram a culpa do mal sobre os ombros femininos. Tanto o mito de Pandora como as distorções da narração bíblica de Gênesis vai ponderar a mulher como a causadora do pecado. No entanto, o que podemos inferir da narrativa bíblica é que há um enorme equivoco causado por seus interpretes ao longo dos séculos. Os homens que mais condenam as mulheres (desde os antigos filósofos) são aqueles que fizeram construções ideológicas do mal contido no corpo e alma feminina.

    Os bispos dominicanos Heinrich Kraemer (também conhecido por Heinrich Institoris) e James Sprenger em cumprimento à bula papal Summis Desiderantis Affectibus, promulgada pelo Papa Inocêncio VIII que os autorizava criar um manual de combate aos praticantes de heresias - e que veio a se tornar o guia dos inquisidores pelo restante do século XV e seguintes. Os dois acima citado, com maior ênfase no primeiro, publicaram o livro O Martelo das Bruxas (1486-87) que estabelecia regras para identificação e execução das mulheres que praticavam a bruxaria. A partir desta obra a Igreja Católica torturou, matou e perseguiu as mulheres durante longos séculos na Europa com maior intensidade e nas Américas.

    O livro é dividido em três partes; na primeira, relata as propriedades do demônio e sua ligação com a bruxaria; a segunda trata de como lidar com os malefícios durante o dia a dia; finalmente, a terceira parte faz a descrição de como proceder aos julgamentos e como cumprir as sentenças. A maior inovação da obra do inquisidor Institoris (Kraemer) foi justamente atribuir exclusivamente à mulher a condição de "bruxa". Segundo ele, não existem bruxos, só bruxas.

    A mulher sempre foi, ao longo da história humana, atacada de todas as formas como sendo causadora de todo o mal, ou pelo menos, de o provocar. A ideia de sexo frágil e receptáculo do demônio foi permeado pelas ideias de provocar o pecado no mundo. Mas, com essa obra “abençoada” pelo Papa, a demonização da mulher atingiu estágios dantes inimagináveis e provocou milhares de mortes de mulheres acusadas de bruxaria.

    Logicamente que é necessário ter estômago para digerir as palavras infelizes de Institoris como podemos inferir da passagem a seguir:

    "Há três coisas insaciáveis, quatro mesmo que nunca dizem: Basta! A quarta é a boca do útero. Pelo que, para saciarem a sua lascívia, copulam até mesmo com demônios. Poderíamos adiantar ainda outras razões, mas já nos parece suficientemente claro que não admira ser maior o número de mulheres contaminadas pela heresia da bruxaria. E por esse motivo convém referir-se a tal heresia culposa como a heresia das bruxas e não a dos magos, dado ser maior o contingente de mulheres que se entregam a essa prática. E abençoado seja o Altíssimo, Que até agora tem preservado o sexo masculino de crime tão hediondo: como Ele veio ao mundo e sofreu por nós, deu-nos, a nós homens, esse privilégio". 

 

    No entanto, vale dizer que, não raramente, vemos e ouvimos tais discursos em nossa sociedade contemporânea. Mesmo com as grandes revoluções que moldaram o pensamento Ocidental ainda é possível ouvir vozes como as de Institoris ecoando em nosso meio. As mulheres, ainda hoje, são jogadas nas fogueiras das vaidades, dos discursos e da violência. A maioria dos discursos de desvio de condutas no meio da sociedade têm relação com hábitos femininos. Fato é que até pouco tempo, e, em algumas regiões do Brasil, ainda há uma espécie de demonização da mulher que assassina o marido por causa de agressão física e/ou violência doméstica. Isso é provocado em sua maior parte por, ainda, fazermos parte de uma sociedade patriarcal e machista.

 

    Sendo assim, precisamos nos conscientizarmos de que é necessário termos uma postura diferente diante de construções ideológicas deste tipo. Considero o livro "O Martelo das Bruxas" pior do que "Minha Luta" de Adolf Hitler e isso pelo fato de ser corroborado por uma autoridade eclesiástica que, no imaginário do povo, é um representante de Deus na terra. A mulher é e sempre será, aos olhos do Criador, a imagem e semelhança de Deus assim como os homens. Em Deus não há essa distinção que a sociedade ainda insiste em manter diferenciando os homens das mulheres. Que possamos construir uma sociedade mais justa e humanitária.

Texto: Odair José, Escritor Cacerense

 

O que acontece com a família que crê no Senhor?

"E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa" (At 16.31).
A palavra grega "oikos" traz um sentido mais amplo do que na nossa língua materna ao usar a palavra casa. Quando olhamos no original o termo "oikos" se refere: 1) à residência; 2) à família; 3) raça, etnia, até mesmo a uma nação. Quando os apóstolos disseram crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa, o termo casa aqui é "família", ou seja, os moradores de uma determinada residência. Isso quer dizer que a bênção da salvação é para o indivíduo, mas também é extensiva à sua família e até mesmo a toda a nação se todos crerem igualmente.
Entretanto, além da salvação existem outras bênçãos que Deus proporciona à família. Dentre elas posso destacar: sempre terá alguém de sua família que assista perante a face do Senhor; haverá prosperidade e abundância de bênçãos e também haverá alegria para a família que crê no Senhor Jesus Cristo.

1. Deus proporcionará alguém da família que sirva-lhe em sua presença perpetuamente.
Em Jr 35.19 temos a promessa de Deus à família dos recabitas de que não faltaria alguem daquela família para estar diante do Senhor servindo-lhe. A palavra é enfática quando diz:
"Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Nunca faltará homem a Jonadabe, filho de Recabe, que esteja na minha presença todos os dias".
Essa promessa faz parte do contexto profético quando Deus ordena que Jeremias leve os recabitas à Casa do Senhor e coloque taças e copos diante deles. Ao receber a ordem do profeta para beber o vinho, eles excusaram e desobedeceram. "Não beberemos vinho, pois Jonadabe nos ordenou que não bebamos", essa afirmação foi validada por Deus e se tornou exemplar ao povo de Israel, que desobedecia recorrentemente a voz de Deus. Assim, por conta da atitude dos recabitas de obedecerem em suas gerações a ordem dos antepassados, Deus deu-lhes a promessa de sempre ter alguém daquela abençoada família servindo ao Senhor em sua presença.
Essa também é uma promessa para nós do século vinte e um. Se crermos no Senhor e ensinarmos as suas palavras sempre terá um dos nossos servindo-lhe em sua casa em qualquer área de atuação no templo sagrado.
2. Há prosperidade e abundância de bênçãos para a família.
II Cr 20.20
E pela manhã cedo se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e, ao saírem, Jeosafá pôs-se em pé, e disse: Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém: Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis.
O contexto dessa porção da Escritura faz parte de um tempo de crise, pois o reino de Josafá estava sendo ameaçado pelos amonitas e edomitas. Uma enorme multidão se aproximava de Judá e Jerusalém para guerrear contra a nação. Ao ouvir a informação da proximidade do inimigo, o rei muito temeu. Porém, reuniu as famílias e buscou a face do Senhor e Deus ouvindo o clamor, enviou o seu Espírito sobre o profeta Jaaziel que profetizou:
"E disse: Dai ouvidos todo o Judá, e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei Jeosafá; assim o Senhor vos diz: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão; pois a peleja não é vossa, mas de Deus. Amanhã descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz, e os achareis no fim do vale, diante do deserto de Jeruel. Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados, e vede a salvação do Senhor para convosco, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor será convosco.
Ao ouvir essa palavra profética poderosa, Josafá alcançou a confiança em Deus e ordenou ao povo para crerem em Deus para alcançar a segurança, bem como crer nos profetas para receber a prosperidade.
Com determinação Josafá ordenou que os cantores se posicionassem à frente do exército e marchassem louvando ao Senhor. Eles assim o fizeram entoando um hino cuja letra é:
"Louvai ao Senhor porque a sua benignidade dura para sempre". Deus desbaratou os exércitos invasores e eles se puseram em conflitos entre eles e se mataram. O povo de Deus teve somente o trabalho de recolher os despojos. Esse trabalho durou três dias, pois era muita riquezas. No quarto eles se ajuntaram para louvar o nome do Senhor em um vale que passou a se chamar "Vale de Beraca" ou Vale da Bênção.
O que acontece a uma família que crê em Deus, é que alcança a segurança e quando se crê na palavra de seus profetas, recebe, então a prosperidade que vem da parte do Senhor. Deus pode tirar até mesmo os bens daqueles que querem destruir a família e dá-los a ela, revertendo assim o quadro ameaçador. Portanto, há prosperidade à família que crê no Senhor.
3. Há alegria da presença de Deus à família que crê no Senhor
At 16.34
Retornemos agora ao que aconteceu com o carcereiro de Filipos. Após o abalo que abateu a prisão onde Paulo e Silas estavam aprisionados, as portas foram abertas e o carcereiro estava prestes a cometer um suicídio. Isto porque as autoridades disseram-lhe que se os presos fugissem, ele pagaria com sua própria vida. Não querendo entregar-lhes sua vida, tentou antecipar o seu fim, porém, Paulo e Silas o impediram de fazê-lo dizendo:
"Não te faças nenhum mal, que todos estamos aqui".
O carcereiro acreditou nessas palavras e perguntou pela salvação. A resposta dos servos de Deus foi: "Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa".
E ele creu juntamente com toda a sua família, após ouvir a mensagem pregada pelos apóstolos. Após serem batizados, todos se alegraram na presença do Senhor.
O que aconteceu com aquela família fpi a recepção da alegria da salvação e da presença do Senhor em cada membro em particular. Uma nova história para a ser escrita na vida da família. Ela passou a ser uma família a desfrutar da alegria do Senhor. Quando se crê de todo o coração no Senhor Jesus, a alegria passa a fazer parte da família.

Portanto, as coisas que acontecem na família que crê no Senhor Jesus Cristo oportunizam aos seus membros a promessa de Deus de que sempre terá alguém a servir-lhe. Assim como na história do povo de Deus que teve uma situação de temor revertida em vitória, bênçãos e prosperidade, as famílias prosperarão e terão abundância de bênçãos. Enfim, a alegria na família também vira por meio da salvação das almas e das muitas bênçãos enviadas pelo Senhor.

Sonhe e Colha Resultados!

"Tudo é possível ao que crê!"

Essas palavras foram ditas por Jesus a um pai sonhador. Conforme relato de Marcos 9.14-27, ele perdera seu querido filho para as forças malígnas, levando-o a um estado desesperador.  O sonho de ver o seu filho salvo e liberto o impulsionou a ir ao encontro do Senhor. Porém seu sonho foi testado pela incapacidade das pessoas. 

No momento em que o pai sonhador chegou ao ambiente onde Jesus ministrava, ele havia se retirado ao Monte da Transfiguração. Ali ele conversava com Moisés e Elias. Os discípulos: Pedro, Tiago e João estavam juntos a Jesus, enquanto os outros nove discípulos ficaram com a multidão ao pé do monte. 

Após Jesus descer, encontrou seus discípulos discutindo com os escribas sobre o porque não conseguirem realizar o sonho daquele pai.

É nesse contexto de incapacidade que Jesus declara ao pai sonhador: "Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê" A resposta daquele pai que ainda nutria em seu interior o sonho de um filho liberto, foi: "Eu creio Senhor". 

Ao comando poderoso de Jesus, o espírito mau saiu do menino e Jesus o entregou livre e em perfeito estado de lucidez. O pai sonhador colheu o resultado de seu sonho. 

Não existem limites para a colheita de resultados quando temos um sonho motivado pela Palavra de Deus.

Entre um sonho e a colheita de resultados existe um processo. Esse processo consiste em: 

1) visualizar o resultado

2) engajar-se com o sonho, comprar a ideia e esforçar-se para realizá-lo

3) movimentar-se em direção ao alvo, dando passos cada vez mais significativos na direção da realização de seu sonho

4) insistir, ainda que as incapacidades tentem frustrar a cada etapa desse processo

O pai sonhador alcançou a colheita do resultado daquilo que sonhou e deixou para nós o seu exemplo de que é possível sonhar e colher resultados.

Qual é o seu sonho? 

Tudo é possível se você crer em Jesus de Nazaré e se submeter ao processo da realização de seu próprio sonho. Mova-se em direção a uma abundante colheita de resultados.

Fonte: Barbosa, Izaque Alves. Sonhe e Colha Resultados - como usar o potencial que Deus te deu para fazer a diferença. Berosh, 2017.

A Hermenêutica Pentecostal e seu potencial transformador

Hermeneutica Pentecostal é um assunto que recentemente saiu das salas de aula das Escolas Teológicas para ganhar um grande destaque no universo popular dos leitores da Bíblia. Isso só se tornou possível porque ela rompeu com as perspectivas racionalistas e apresentou outros horizontes na interpretação das Escrituras. Tudo isso por conta do batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais - os temas mais importantes da experiência com Deus depois da salvação.
Ao falar sobre Hermenêutica Pentecostal, estamos diante de uma das áreas mais importantes para o pentecostalismo - a interpretação das Escrituras Sagradas com o propósito de que ela fale à realidade de nossas vidas hoje.

A chama pentecostal que nos mantém vivos é alimentada pela poderosa palavra de Deus. Por isso somos dependentes das Escrituras.
Segundo ensino dos teólogos Gutierres Siqueira e Kenner Terra, os pentecostais não recebem as Escrituras como um texto histórico do passado, mas como um lugar da ação do Espírito Santo onde ele ilumina as palavras do texto para fazê-las falar a qualquer número de situações imprevistas pelo autor humano do texto.

Em outras palavras, o mesmo Espírito que iluminou os autores sagrados é o mesmo que ilumina a mente do crente que lê a Bíblia buscando nela iluminação para sua vida no seu dia a dia.

Como existe um abismo histórico, cultural, linguístico e intelectual, entre os autores sagrados e nós, tornou-se necessária a interpretação da Palavra de Deus de maneira que ela cause impacto em nossa existência. Para isso temos a Hermenêutica Pentecostal, que é responsável para nos fornecer o sentido espiritual mais profundo que gera o entendimento necessário para impactar e transformar nossas vidas.

A isso os teólogos citados chamam de "experiência" na interpretação bíblica. É claro que está a se falar da experiência do batismo no Espírito Santo, nos dons espirituais e da iluminação espiritual.

Na leitura bíblica pentecostal a experiência não é um empecilho, mas uma marca identitária. Assim, a marca que identifica o cristão pentecostal é a presença do Espírito Santo e suas manifestações que acontecem quando o crente entra em contato com a Palavra de Deus.

Essa marca identitária, para esses teólogos, leva em consideração dois elementos: a iluminação do Espírito Santo e o auxílio das metodologias hermenêuticas. Por iluminação, chamada também de "iluminação pneumática", entende-se que é a atuação do Espírito Santo potencializando o texto para que fale ao fiel nas situacões cotidianas e atuais. Isso não joga por terra a necessidade de se fazer um estudo do texto por meio de ferramentas interpretativas para que cheguemos aos significados mais profundos dos textos bíblicos.

Ler a Bíblia e utilizar algum método de estudo e interpretação é uma prática aprovada também pelos líderes pentecostais em Mato Grosso.
Em pesquisa realizada por alunos da FEICS com os líderes das Assembleias de Deus no ano 2016, os dados apontaram que 94,7% dos líderes estudam a Bíblia utilizando algum método de Estudo Bíblico. Ao apresentar o Método Histórico-gramatical, 90,8% dos entrevistados acharam ser esse o método mais importante para se conhecer o sentido original das Escrituras.

De maneira geral, o Método Histórico-gramatical, entre outros pontos, estabelece que:
- a Bíblia é a infalível e inerrante palavra de Deus
- a Bíblia interpreta-se a si mesma
- o estudante da Bíblia deve ser dependente do Espírito Santo para que possa entendê-la.

Isso está mais do que correto, pois como afirmou o teólogo pentecostal finlandês Veli-Matti Karkkainen: "o Espírito que inspirou e preservou as Escrituras, ilumina, ensina, guia, convence e transforma através da Palavra hoje. A Palavra é viva, ágil e poderosa por causa do ministério do Espírito Santo.

Para concluir, à luz desse ensino, os intérpretes da Bíblia tem três incumbências:
1) liberar o dinamismo da Palavra de Deus, se estiverem debaixo da intervenção do ministério do Espírito;
2) liberar a espiritualidade bíblica que produz: equilibrio, eloquência, transformação e saúde e;
3) ser um agente da interpretação bíblica, extraindo ao máximo de sua direção transformadora.
Portanto, a Hermenêutica Pentecostal concede aos leitores da Bíblia uma nova dimensão na sua compreensão, a experiência iluminada pelo Espírito Santo e avaliada pela Palavra de Deus.

O Espírito Santo e o sol: Um testemunho do Pr. Benedito da Silva

Por Odair José da Silva 

 

    Conta-nos uma experiência do Pr. Benedito da Silva (pioneiro das Assembleias de Deus em Cáceres e Região) de saudosa memória. Certa feita uma pessoa o questionou sobre a ação do Espírito Santo na vida dos crentes, tema que o Pastor gostava muito de pregar. 

 

    - Como pode ser isso? – Indagou o homem um tanto incrédulo – Como pode esse Espírito Santo que, ao mesmo tempo o senhor alega ser um, atender pessoas em diferentes lugares como aqui no Brasil, no Japão, na Bolívia? Não dá para entender. Como pode ser isto? 

 

    O Pastor refletiu por alguns instantes como era seu costume. Ele parecia refletir sobre a resposta. Com seu olhar um tanto amável e misterioso parecia ver o invisível antes de dar qualquer resposta. 

 

    - Já observou as lavadeiras? – Foi uma pergunta no lugar da resposta. Ele se referia as lavadeiras da beira do rio, prática muito comum na época. 

 

    - Sim. – Respondeu o homem mais curioso ainda. 

 

    - Pois então – Pr. Benedito da Silva falou – existem lavadeiras em todos os rios do mundo. Elas lavam suas roupas e as colocam para secar ao sol. O sol que seca as roupas dessas lavadeiras é um só. Da mesma forma é a atuação do Espírito Santo. Ele é um só, mas é onipresente, onisciente e onipotente porque é Deus. Está em todos os lugares ao mesmo tempo e opera na vida dos crentes em todas as partes do mundo. 

 

    Um homem cheio do Espírito Santo é capacitado de graça e sabedoria para dar as respostas certas. 

 

Texto: Odair José, o Poeta Cacerense

Pouca coisa

“Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”. Atos 16.30,31. 

 

• Pouca coisa necessitava o israelita para escapar do juízo que devia cair sobre o Egito. Um pouco de sangue nas vergas e ombreiras das portas. “O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”. Ex. 12.13. 

 

• Pouca coisa necessitava o israelita para escapar da morte, quando mordido por serpentes ardentes. Uma simples olhada para a serpente de bronze. “Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava”. Nm. 21.9. 

 

• Pouca coisa necessitou Raabe para não cair sob o justo juízo que devia destruir Jericó. Um cordão de fio de escarlata na janela. “Se, vindo nós à terra, não atares este cordão de fio de escarlata à janela por onde nos fizeste descer; se não recolheres em casa contigo teu pai, e tua mãe, e teus irmãos, e a toda a família de teu pai. Qualquer que sair para fora da porta da tua casa, o seu sangue lhe cairá sobre a cabeça, e nós seremos inocentes; mas o sangue de qualquer que estiver contigo em casa caia sobre a nossa cabeça, se alguém nele puser a mão”. Js. 2. 18,19. 

 

• Não só os primogênitos, ou homens mordidos por serpentes, ou essa mulher e sua casa, mas a todos os seres humanos. O que é preciso para ser salvo? Pouca coisa. Crer em Jesus, o Filho de Deus, que morreu por nós na cruz. “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus”. I Co. 1.18. 

 

Texto: Odair José, Poeta Cacerense

O coração e a felicidade do céu

Por Odair José da Silva 

 

    Quando um coração está cheio da felicidade do céu, o diabo não pode colocar nada nele. De que se ocupa o seu coração? Aquilo que você busca para preencher o coração é o que determina a sua condição. As vaidades e as seduções deste mundo só levam o ser humano para a perdição. Por isso vemos uma humanidade que está sempre em conflitos e batalhas. Não há amor pelas vidas e nem compaixão. O materialismo toma conta e leva o homem a competição. Os corações cheios de rancor e mágoa levam as pessoas a se destruírem. Quanto mais avançamos nas tecnologias mais aumenta a violência e insegurança. Isso é resultado de corações entregues as suas próprias paixões. 

 

    Quando um coração está cheio da felicidade do céu, o diabo não pode colocar nada nele. O primeiro passo para que isso aconteça é buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça. É pensar nas coisas celestiais. Pensar no amor de Deus para conosco. Na entrega de Jesus Cristo pelas nossas almas. Pensar nas maravilhas que Deus preparou para aqueles que escolhem seguir a Cristo. A salvação é um dom gratuito de Deus, mas precisamos abrir o coração e aceitar Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas almas. Tem que haver uma entrega. A partir deste momento, nosso coração passa a ser cheio do Espírito Santo e, então, o diabo não tem poder sobre a sua vida. 

 

    Quando um coração está cheio da felicidade do céu, as seduções do mundo são vencidas. O mundo só oferece ilusão. Tudo não passa de vaidade. A vida é sofrimento e ilusão o tempo todo. Mesmo as alegrias são passageiras e ilusórias. E em cada alma há uma busca incessante pela paz de Cristo. Mesmo o homem ou a mulher que nunca participou da salvação sente em seu coração uma necessidade de Deus. E só Jesus Cristo pode preencher esse vazio da alma. Quando um coração se enche dessa felicidade, as coisas do mundo não fazem mais sentido algum. 

 

    Queres ter um coração cheio de felicidade do céu? Entregue teu caminho ao Senhor, confia nEle e Ele tudo fará. Deixe o caminho dos ímpios e ande na presença de Jesus. Sua vida será transformada e seu coração repleto da Glória de Deus. As tristezas serão passadas, suas lágrimas enxugadas e sua vida transformada para o engrandecimento do nome do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sua vida será repleta da felicidade do céu que só encontramos em Jesus. 

 

Odair José, Poeta e Escritor Cacerense